Guia para montar um roteiro de viagem sem celular

Em uma era de dependência digital, planejar uma viagem sem dispositivos móveis pode parecer um desafio, mas com os recursos adequados é perfeitamente viável. Para quem busca autonomia tecnológica durante seus deslocamentos, ter um livro cep armazenado previamente em um dispositivo offline pode fornecer acesso crucial a códigos postais quando a conectividade não estiver disponível. Este guia prático apresenta métodos comprovados para organizar itinerários completos sem depender de conexão com a internet.

Planejamento de Pesquisa Prévia
Dedique tempo para coletar todas as informações necessárias antes da partida. Utilize computadores com acesso à internet para imprimir mapas detalhados, horários de transporte e endereços importantes. Bibliotecas públicas e centros de informação turística frequentemente disponibilizam materiais gratuitos com dados atualizados sobre atrações e serviços locais.

Organização de Documentos Físicos
Mantenha um fichário ou pasta organizadora com seções separadas para reservas de hospedagem, mapas rodoviários, informações de contato e cronograma diário. Inclua cópias físicas de confirmações de reserva, cartões de visita de hotéis e indicações escritas para pontos de interesse. Utilize divisórias coloridas para categorizar diferentes tipos de informação.

Navegação com Mapas Impressos
Adquira atlas rodoviários atualizados e mapas urbanos das cidades que visitará. Marque rotas com canetas coloridas e utilize adesivos para sinalizar locais de interesse. Aprenda símbolos cartográficos básicos e técnicas de orientação usando pontos de referência naturais e edificações importantes.

Sistema de Backup de Informações
Crie uma rede de segurança compartilhando seu roteiro completo com familiares ou amigos que permanecem em casa. Estabeleça pontos de verificação regulares através de telefones fixos ou cartões postais. Mantenha uma lista de contatos de emergência, incluindo representações consulares quando applicable.

Desenvolvimento de Habilidades de Orientação
Pratique técnicas de navegação tradicional usando bússola e pontos cardeais. Familiarize-se com métodos para estimar distâncias e tempos de deslocamento sem assistência digital. Aprenda a identificar placas indicadoras e marcos kilométricos em estradas.

A elaboração de um roteiro de viagem independente de tecnologia mobile requer investimento inicial em pesquisa e organização, mas oferece recompensas significativas em termos de autonomia e confiança durante o deslocamento. Esta abordagem incentiva uma conexão mais profunda com o ambiente de viagem e desenvolve habilidades de navegação que permanecem úteis mesmo quando os dispositivos eletrônicos estão disponíveis.

A Evolução do Design das Motocicletas ao Longo dos Anos

A trajetória do design de motocicletas reflete uma fascinante intersecção entre inovação tecnológica, necessidades funcionais e expressão estética. Marcas com produção contínua ao longo de décadas, como as honda motos, oferecem um panorama particularmente ilustrativo dessa evolução, onde cada geração de modelos incorporou avanços engineering enquanto respondia aos anseios culturais de seu tempo. Esta análise percorre as principais transformações que moldaram a estética e a funcionalidade das motocicletas.

Era Pioneira e Influências Bélicas
Nas primeiras décadas do século XX, as motocicletas herdavam características dos velocípedes, com estruturas rudimentares e motores expostos. O período pós-guerra incorporou soluções desenvolvidas para conflitos militares, resultando em designs robustos e utilitários. A simplicidade mecânica ditava a estética, com tanques retangulares e assentos minimalistas.

Nascimento do Estilo Custom
A década de 1950 testemunhou a emergência da cultura custom, particularmente nos Estados Unidos, onde guidões altos, tanques alongados e cromados abundantes se tornaram emblemáticos. Esta abordagem priorizava a expressão individual sobre a eficiência aerodinâmica, estabelecendo uma linguagem visual que permanece influente até hoje.

Revolução Esportiva e Aerodinâmica
Os anos 1970 introduziram a filosofia de design “menos é mais”, com o surgimento das carenagens integrais nas motos esportivas. A função seguia a forma, com estudos em túneis de vento ditando linhas que cortavam o ar com eficiência. Este período viu a transição de motos nuas para máquinas envelopadas que pareciam em movimento mesmo paradas.

Era da Tecnologia e Ergonomia
A partir dos anos 1990, a eletrônica começou a influenciar profundamente o design, com instrumentos digitais substituindo os analógicos e linhas corporais adaptando-se para acomodar componentes eletrônicos. A ergonomia ganhou importância equivalente à estética, resultando em posições de pilotagem mais confortáveis sem sacrificar o apelo visual.

Design Contemporâneo e Sustentabilidade
O século XXI trouxe a integração de materiais compostos, iluminação LED e considerações ambientais. As linhas agressivas das esportivas convivem com o minimalismo das naked, enquanto as elétricas introduzem silhuetas radicalmente novas desprovidas de componentes tradicionais como o motor de combustão.

A evolução do design das motocicletas constitui um diálogo contínuo entre forma e função, onde restrições técnicas e aspirações culturais co-criaram uma rica tapeçaria visual. Cada era deixou sua contribuição distintiva, transformando esses veículos de meros instrumentos de transporte em objetos de desejo que encapsulam o espírito tecnológico e estético de seu tempo.

Como Funciona o Programa de Pontos do Cartão de Crédito

Os programas de fidelidade vinculados a cartões de crédito tornaram-se um dos benefícios mais valorizados pelos consumidores brasileiros. Muitas instituições financeiras, incluindo o programa oferecido através de uma agencia itaú, desenvolveram sistemas de recompensas que convertem gastos do dia a dia em vantagens tangíveis, mas é essencial compreender a mecânica por trás desses programas para extrair seu máximo potencial. Este artigo explica o funcionamento dessas plataformas de pontuação.

Mecanismo Básico de Acumulação
A base do sistema reside na conversão de valores gastos no cartão em pontos proporcionais. A taxa de conversão varia conforme o estabelecimento comercial e o tipo de cartão possuído pelo cliente. Geralmente, a cada real gasto em compras comuns, o usuário acumula determinada quantidade de pontos, sendo que estabelecimentos parceiros podem oferecer multiplicadores que aceleram este acúmulo.

Estrutura de Categorias e Bônus
Cartões com anuidade mais elevada normalmente oferecem categorias premium com taxas de acumulação mais vantajosas. Alguns programas segmentam estabelecimentos por categorias, como gastos com combustível, alimentação ou viagens, concedendo bônus específicos para cada setor. O entendimento dessas categorias permite direcionar gastos para onde a pontuação é mais eficiente.

Validade e Expiração dos Pontos
A maioria dos programas estabelece prazo de validade para a utilização dos pontos acumulados, geralmente entre 24 e 36 meses. A expiração segue o princípio “primeiro a vencer, primeiro a expirar”, onde os pontos mais antigos são utilizados ou perdidos primeiro. A monitoração regular do saldo evita perdas indesejadas.

Modalidades de Resgate
As principais opções de resgate incluem conversão em milhas aéreas, crédito em fatura, produtos físicos, vouchers de descontos e doações para instituições beneficentes. A relação de valor entre ponto e real varia conforme a modalidade escolhida, sendo fundamental calcular qual opção oferece melhor custo-benefício.

Estratégias de Maximização
O uso consciente do cartão em estabelecimentos com melhores taxas de conversão, o aproveitamento de promoções sazonais e a combinação com outros programas de fidelidade paralelos potencializam significativamente o retorno. A análise periódica do extrato de pontos permite ajustes na estratégia de acumulação.

Os programas de pontos representam uma oportunidade genuína de obter retorno sobre gastos necessários, desde que compreendidos e utilizados com critério. A chave para o sucesso reside no equilíbrio entre a otimização da pontuação e a manutenção de hábitos financeiros saudáveis, transformando consumo rotineiro em benefícios concretos sem estimular gastos desnecessários.

Como Dobrar sua Produtividade no Trabalho

Assim como muitos buscam estratégias para potencializar seus recursos, o princípio de duplicação está presente em diversos contextos, desde operações matemáticas até a expectativa de um resultado da dupla sena. No ambiente profissional, dobrar a produtividade não se trata de trabalhar em dobro, mas de implementar métodos que dupliquem a eficiência do tempo e esforço investidos. Este artigo explora técnicas comprovadas para alcançar esse objetivo de forma sustentável.

Aperfeiçoamento do Gerenciamento de Tempo
A implementação da técnica Pomodoro, com ciclos de 25 minutos de trabalho focado seguidos por intervalos de 5 minutos, pode elevar significativamente a concentração. O registro detalhado de todas as atividades realizadas durante uma semana permite identificar e eliminar desperdiçadores de tempo que consomem recursos sem agregar valor ao trabalho final.

Automação de Processos Repetitivos
A identificação de tarefas recorrentes que podem ser automatizadas através de ferramentas digitais libera horas produtivas na semana. Sistemas de gestão de projetos, modelos pré-definidos de documentos e softwares de resposta automática representam investimentos iniciais que geram retorno exponencial em produtividade ao longo do tempo.

Otimização do Ambiente de Trabalho
A reorganização do espaço físico e digital reduz o tempo despendido na busca por materiais e informações. A manutenção de arquivos sistematicamente organizados, a limpeza regular da área de trabalho e a configuração adequada de equipamentos eliminam interrupções desnecessárias e favorecem o estado de fluxo produtivo.

Desenvolvimento de Habilidades Estratégicas
O investimento contínuo em capacitação direcionada para as atividades principais gera aprimoramento técnico que se reflete na velocidade e qualidade da execução. A dedicação de algumas horas semanais ao aprendizado de novas ferramentas ou metodologias específicas da área de atuação produz ganhos progressivos de eficiência.

Estabelecimento de Metas Claras
A definição de objetivos específicos, mensuráveis e com prazos determinados cria direcionamento preciso para o esforço produtivo. A divisão de projetos complexos em etapas menores e factíveis permite acompanhar o progresso de forma tangível e mantém a motivação ao longo do processo.

A duplicação da produtividade no trabalho é uma conquista gradual que resulta da aplicação consistente de métodos inteligentes e da eliminação sistemática de ineficiências. A transformação ocorre quando atividades são constantemente reavaliadas e otimizadas, criando um ciclo virtuoso onde o mesmo investimento de tempo passa a gerar resultados significativamente superiores.

Privacidade e Segurança na Era Digital: Como Proteger Seus Dados Online

Você já pesquisou seu próprio nome no Google ou ouviu falar do Graph Search do Facebook? Essas ferramentas mostram a vastidão de dados disponíveis e como somos constantemente monitorados na internet. Seja acessando seu e-mail, como no gmail, ou navegando nas redes sociais, cada interação gera informações que ficam armazenadas em servidores e podem ser acessadas por empresas e administradores.

Quando você usa o GPS, por exemplo, seu dispositivo se conecta a servidores para enviar e receber dados. Nesse processo, sua localização é registrada, e esses logs podem revelar onde você esteve. A mesma lógica se aplica a diversas outras atividades online. Portanto, é essencial estar atento à privacidade e segurança dos seus dados.

Monitorando Seus Dados Pessoais

Uma boa prática é realizar buscas periódicas pelo seu nome e e-mail na internet. Isso ajuda a identificar cadastros antigos, informações desatualizadas ou até mesmo exposições indevidas. Você pode encontrar perfis esquecidos em redes sociais, comentários antigos ou até registros de sites que não usa mais. Essa verificação não apenas protege sua privacidade, mas também permite limpar sua pegada digital.

O Graph Search do Facebook, por exemplo, pode gerar resultados detalhados sobre o que você curte, comenta e compartilha. Mesmo quando as configurações de privacidade estão ajustadas, os algoritmos conseguem cruzar dados de formas impressionantes, comparando você com seus amigos e outros usuários. Por isso, é fundamental entender o que você compartilha e ajustar suas configurações de privacidade regularmente.

A Importância do Controle e da Conscientização

O acesso a códigos abertos e software livre é uma forma de garantir maior controle sobre o que você usa. Saber quais programas estão coletando seus dados é essencial para manter sua segurança online. Cada vez que você se conecta a uma rede Wi-Fi ou cabo de rede, seus dados entram em um fluxo massivo de informações que circulam pela internet, tornando-se potencialmente vulneráveis.

Embora isso possa parecer alarmante, não se trata de paranoia. É uma questão de conscientização. Os internautas frequentemente compartilham dados pessoais sem pensar nas consequências: locais de trabalho, escolas, gostos e até mesmo suas localizações em tempo real. Com uma abordagem mais cuidadosa, podemos aproveitar a internet de forma segura e responsável.

Lembre-se: proteger seus dados não é apenas uma questão de privacidade, mas de segurança. Use a internet com consciência e responsabilidade.

Mensalão: Bastidores e Implicações Políticas

O escândalo do mensalão abalou as estruturas políticas do Brasil em 2005, revelando um esquema de corrupção que envolvia repasses clandestinos de recursos para garantir apoio político ao governo. Em 11 de agosto daquele ano, o publicitário Duda Mendonça admitiu à CPI dos Correios ter recebido R$ 10,5 milhões de Marcos Valério no exterior, dinheiro oriundo de caixa 2 e não declarado. Esse recurso foi utilizado na campanha presidencial de 2002, que elegeu Lula. Em resposta, o então presidente pediu desculpas públicas, mas a crise estava longe de ser encerrada.

Assim como a tabela fipe é uma referência fundamental para precificação de veículos no Brasil, o mensalão se tornou um marco na história política do país, sendo referência obrigatória em debates sobre ética e transparência. O escândalo trouxe à tona bastidores de alianças políticas e o impacto do financiamento ilegal de campanhas.

Negociações e Alianças: O Papel de Lula e Dirceu

Valdemar Costa Neto (PL-SP), o primeiro deputado a renunciar durante as investigações, revelou detalhes de uma reunião em 2002 que selou o apoio do PL ao PT, resultando na indicação de José Alencar como vice de Lula. Segundo Valdemar, Lula tinha conhecimento do acordo financeiro, embora tenha deixado a negociação nas mãos de José Dirceu. O vice-presidente Alencar confirmou o relato, classificando-o como um “acordo eminentemente político”.

O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, definiu o pacto entre PT e PL como um “acordo criminoso”, envolvendo figuras como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Esses repasses foram fundamentais para garantir a estrutura necessária à campanha eleitoral de Lula, especialmente no segundo turno de 2002, quando a disputa contra José Serra se mostrou acirrada.

O Peso das Declarações e o Clamor por Justiça

Diversas lideranças do PT, incluindo Hélio Bicudo, fizeram críticas contundentes à gestão de Lula. Bicudo afirmou que o ex-presidente sempre soube como os fundos partidários eram angariados e utilizados. José Dirceu, em entrevista à Folha de S.Paulo, reiterou que as decisões estratégicas foram coletivas, compartilhadas entre várias lideranças, incluindo o próprio Lula. Dirceu ressaltou que o PT precisaria pedir desculpas ao país pelo erro de não oficializar os recursos, o que configurou uma ilegalidade.

Apesar das acusações e da pressão interna, Lula se manteve firme em suas posições, defendendo a legitimidade de José Dirceu e sua importância para o partido. Em entrevista ao programa Roda Viva, o ex-presidente destacou:
– “Feliz o país que tem um político da magnitude do Zé Dirceu.”

O mensalão não apenas revelou um esquema de corrupção de grande escala, mas também expôs as complexas negociações e articulações políticas que sustentam o poder. As consequências jurídicas e políticas reverberam até hoje, marcando uma era de transformações e debates sobre ética e responsabilidade no cenário público brasileiro.

Descubra o Significado dos Feriados Além das Compras: Um Chamado à Sustentabilidade

Em meio às luzes cintilantes, os corações cheios de alegria e a animação palpável, os feriados muitas vezes tomam uma conotação de consumo desenfreado. Emocionados com as promoções tentadoras e as ofertas irresistíveis, muitos de nós perdemos de vista o verdadeiro significado dessas celebrações. Mas e se pudéssemos redescobrir o espírito dos feriados de uma maneira mais sustentável?

Olhando Além do Consumismo: Um Convite à Reflexão

Os feriados são mais do que apenas uma desculpa para gastar dinheiro em presentes e produtos sazonais. Eles são uma oportunidade de conexão, gratidão e reflexão. No entanto, o frenesi do consumismo muitas vezes obscurece esses valores fundamentais. É hora de repensarmos nossas tradições e reconhecermos o impacto que nossas escolhas têm no meio ambiente.

Desperdício Disfarçado de Celebração: Confrontando a Realidade

Por trás da fachada brilhante dos feriados, há uma realidade sombria de desperdício e excesso. Desde as embalagens excessivas até os presentes descartados, os feriados estão repletos de práticas que contribuem para a degradação do nosso planeta. Cada compra impulsiva, cada decoração descartada, deixa uma pegada ambiental que muitas vezes ignoramos.

Um Chamado à Ação Sustentável: Mudando Nossas Tradições

Mas não é tarde demais para mudar o curso. Podemos transformar nossas celebrações em eventos mais conscientes e eco-friendly. Optar por presentes sustentáveis, reduzir o desperdício de alimentos e investir em decorações reutilizáveis são apenas algumas maneiras pelas quais podemos fazer a diferença. Ao repensarmos nossas tradições, podemos criar feriados que não apenas nos trazem alegria, mas também honram o nosso compromisso com um futuro sustentável.

Celebrando de Forma Consciente: O Caminho a Seguir

Este ano, à medida que nos preparamos para os feriados, convido todos a refletirem sobre o verdadeiro significado dessas celebrações. Vamos nos unir para criar feriados que não apenas nos tragam alegria, mas também respeitem e protejam o nosso precioso planeta. Juntos, podemos transformar o consumismo em sustentabilidade e criar um futuro mais brilhante para as gerações vindouras. Que nossas celebrações sejam um testemunho do nosso compromisso com a mudança positiva.

Janeiro de 2006 mensalão e o Lula

Em 17 de janeiro de 2006, mais evidências de que o presidente sabia muito bem o que se passava à sua volta. Gente muito próxima de Lula estava exposta a denúncias de corrupção, com amplo conhecimento de Lula. Em depoimento à CPI dos Bingos, voltou à cena o economista Paulo de Tarso Venceslau. Ele pôs o dedo na ferida. Declarou que enviou uma carta diretamente a Lula, em 1995, para relatar as peripécias do amigo e compadre do presidente, o advogado Roberto Teixeira. Na década de 80, Teixeira emprestou um imóvel para Lula morar, em São Bernardo do Campo.

Teixeira representava uma empresa que vivia batendo nas portas de prefeituras do PT para obter contratos sem licitação, com base “em notas falsas e rasuradas”. Apesar de informado, Lula nada fez. Como se vê, a coisa vinha de longe.

Insatisfeito na época, Venceslau procurou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), sempre muito próximo de Lula. Reação de Mercadante ao ler a carta endereçada a Lula, segundo a descrição não desmentida de Venceslau:

– Ele ficou chocadíssimo e disse: “Isso é nitroglicerina pura”. Mas não fez nada. Afirmava que tentava sem conseguir. O silêncio continuou.

Pergunta-se: como “tentava e não conseguia”? Mercadante tinha acesso privilegiado a Lula. Em 1994, por exemplo, foi candidato a vice-presidente quando Lula tentou chegar ao Palácio do Planalto pela segunda vez. Se Mercadante tentou e não conseguiu afastar Teixeira do PT, a resistência foi do próprio Lula. Não há outra hipótese. Venceslau também contou tudo a frei Betto, outro amigo histórico de Lula. Frei Betto dirigiu-se assim a Venceslau:

– Se o Lula souber que alguém está conversando com você, ele jura que aquela pessoa vai ser decapitada do partido.

Lula protegia o esquema suspeito de corrupção, engendrado por seu compadre. Ressalte-se que isso ocorreu em 1995. Desde 1993 Venceslau vinha denunciando Teixeira. Na época, Venceslau era secretário de Finanças de São José dos Campos (SP), cidade cuja prefeita era Ângela Guadagnin (PT-SP).

Ângela foi ouvida depois do depoimento de Venceslau. Ela admitiu outra acusação, a de que Paulo Okamotto, homem de confiança do presidente Lula, percorria prefeituras do PT na década de 90. Okamotto ia atrás de listas de fornecedores das administrações. De posse dos nomes das empresas, ia a campo pedir dinheiro a quem mantinha contratos com os governos do PT. Ângela é outra estrela do PT que teve papel importante nos desdobramentos do escândalo do mensalão. Ela admitiu:

– O que fica desse episódio é que se conhecia o esquema de arrecadação paralela há muito tempo, desde 1993.

A coisa é anterior. Em 1989, a primeira eleição para presidente disputada por Lula. Ele mesmo, pessoalmente, pediu à então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, um esquema que alterasse a ordem cronológica dos pagamentos a empresas contratadas para fornecer bens e serviços à administração municipal.

Naquele final da década de 80, vivíamos tempos de inflação galopante. Receber antes do prazo estipulado, portanto, permitiria fazer aplicações financeiras que renderiam bom dinheiro, por isso o beneficio de usar o contador de dias corridos. Quem fosse contemplado com o benefício retribuiria à altura, com transferências generosas de dinheiro para o caixa 2 do PT. Luiza Erundina resistiu.

Em 1998, Lula foi candidato a presidente pela terceira vez. Em 9 de fevereiro de 2006 depôs ao Ministério Público um ex-secretário de Habitação de Mauá (SP), de nome Altivo Ovando Júnior. Em 1998, aquela cidade da Grande São Paulo estava sob comando do ex-prefeito Oswaldo Dias (PT). De acordo com o depoimento de Altivo Ovando Júnior ao Ministério Público, Lula pressionou por dinheiro para financiar a sua campanha eleitoral:

“O declarante se recorda de que, no pleito de 1998, o presidente Lula compareceu no gabinete do prefeito de Mauá, oportunidade em que, utilizando termos chulos, cobrou de Oswaldo Dias maior arrecadação de propina em favor do PT.”

Durante o depoimento, foi reproduzida frase atribuída a Lula:

“Ele dizia: ‘Pô, Oswaldão, tem que arrecadar mais, faz que nem o Celso Daniel em Santo André. Você quer que a gente ganhe a eleição como?’”

Naquele ano, Lula voltou a perder, pela terceira vez consecutiva. Mas, em 2002, disputou e foi eleito presidente. Passou a despachar no gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto. Após mais de três anos, fica difícil acreditar que não soubesse o que acontecia na sala bem ao lado de seu gabinete, ocupada durante parte daquele período de turbulência pelo superministro Antonio Palocci. E ali se urdiu a conspiração contra o caseiro Francenildo Costa.

O rapaz havia desmascarado Palocci. Contestou as mentiras do ministro. Palocci procurava um meio de negar o impossível, o fato de ter sido um freqüentador da “casa dos prazeres”. A mansão fora alugada em Brasília pela “república de Ribeirão Preto”, como ficou conhecido o grupo de colaboradores do então ministro, e costumava ser reduto para festas com garotas de programa.

Lula participou ativamente da tentativa de blindar Palocci. O presidente teria tramado o recurso ao STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender o depoimento de Francenildo à CPI dos Bingos. As investigações sobre o caso mostraram que Lula fora avisado pessoalmente da ordem de Palocci para que violassem o sigilo bancário do caseiro. Jorge Mattoso, o presidente da Caixa Econômica Federal, avisou-o em 24 de março de 2006.

A rigor, Lula já recebera informações a respeito em 20 de março, quando o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, relatou ao presidente o envolvimento de Palocci na quebra do sigilo. Palocci foi afastado em 27 de março, uma semana depois. Naquele momento, não havia mais jeito de desvinculá-lo do crime. Durante todo o escândalo, Lula deu uma de quem não sabia de nada. Ao mesmo tempo, participava de toda a operação abafa.

No auge da crise, em 23 de março, houve uma reunião na casa de Palocci. A revista Veja relatou que um sindicalista nomeado por Lula na vice-presidência da Caixa Econômica Federal fora escolhido para subornar algum funcionário da Caixa, com R$ 1 milhão. A idéia era encontrar alguém para assumir a violação do sigilo.

O tal sindicalista, Carlos Augusto Borges, é homem de confiança de Lula. Será possível que o presidente não soubesse da missão de Borges? Ou, ao contrário, teria sido exatamente o presidente quem o designara para pilotar a operação de suborno? Tudo indica que Lula considerava sua obrigação fazer tudo o que estivesse ao alcance para salvar Palocci, que tantos serviços prestara desde a campanha eleitoral de 2002. Sabe-se que, depois da reunião na casa de Palocci, o ministro da Fazenda e Bastos foram se encontrar com Lula no Palácio do Planalto.

Outubro de 2005 entrevista Silvio Pereira

O entrevistado agora foi Silvio Pereira, o ex-secretário-geral do PT. Silvinho falou à Folha de S.Paulo, em 2 de outubro de 2005, entrevista essa que pode ser compartilhada por email diretamente no hotmail entrar:

– A minha responsabilidade não é diferente da de nenhum outro dos 21 membros da executiva nacional do PT. O nível de decisão que eu tinha não era diferente do de nenhum dos 21 membros da executiva nacional do PT.

Silvinho evitou citar nomes:

– Eu assumo a responsabilidade como membro da direção do PT, em que pese a direção do PT ter realmente a noção do que estava acontecendo. Ninguém é hipócrita de achar que não sabia que existia caixa 2. Qual membro da direção do PT não sabia disso?

O repórter perguntou se o então presidente do partido, José Genoino, sabia do esquema de caixa 2. Palavras de Silvinho:

– Eu pergunto: qual o membro da alta direção do PT que não poderia supor que pudesse existir?

Silvinho foi afastado do PT ao admitir que ganhou um jipe Land Rover de presente de uma fornecedora da Petrobrás.

Um fardo pesado para Lula, o caso Santo André. Em 23 de novembro de 2005, a empresária Rosângela Gabrilli depôs à CPI dos Bingos. Trouxe à luz meandros do esquema de corrupção engendrado na administração do ex-prefeito Celso Daniel.

A irmã dela, Mara Gabrilli, pediu ajuda diretamente a Lula. Esteve no apartamento do presidente em São Bernardo do Campo (SP), e conversou com ele por 20 minutos. Descreveu um quadro de extorsão contra prestadores de serviços à Prefeitura, como a empresa da família dela. Lula ficou de “averiguar e tomar providências”. Desabafo de Mara, confirmando o depoimento da irmã:

– Ninguém fez absolutamente nada. Nunca tive uma resposta.

Chamada a depor na mesma CPI dos Bingos, Mara revelou novas informações sobre o encontro com Lula. Na ocasião, contara ao presidente que Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, estava envolvido no esquema de corrupção. Também o acusavam de mandar matar Celso Daniel. Durante a reunião de Mara com o presidente, Lula virou-se para os três assessores que o acompanhavam no apartamento, para dizer:

– Nossa, eu achei que o Sérgio Gomes já estava muito longe.

Como sempre, Lula não sabia o que se passava. Conveniente. O incrível é que o tal Sombra não saía do noticiário dos jornais. Vivia prestando depoimentos a CPI, Ministério Público e Polícia Civil. Como poderia estar “muito longe”? O presidente seria tão desinformado?

Lula não tomou providências para resolver o problema em Santo André, conforme se comprometera. Ao invés disso, a família de Mara passou a sofrer pressões. Ela explicou à CPI o que aconteceu após a conversa em São Bernardo do Campo. Referiu-se ao ex-vereador Klinger Luiz de Oliveira (PT), um dos acusados de envolvimento no esquema de corrupção:

– Ocorreu justamente o contrário. Klinger soube, reclamou, e dias depois uma comissão de sindicância da Prefeitura se instalou na nossa empresa.

Além de Santo André, a crise política teve outra ramificação importante em Ribeirão Preto (SP), terra de Antonio Palocci. Irromperam sucessivos indícios de condutas inadequadas e corrupção na cidade, na época em que a administração municipal estava sob o comando do prefeito Palocci. Apesar da gravidade das denúncias que só se avolumavam, Lula fez reiteradas defesas do seu ministro da Fazenda.

Quanto mais clara a participação de Palocci na malversação dos contratos de limpeza pública de Ribeirão, mais manifestações de Lula a elogiar o ex-prefeito. Como justificar a defesa intransigente dos procedimentos de alguém cujo envolvimento nas falcatruas ficava cada dia mais evidente?

O noticiário era farto: inquéritos, provas documentais e testemunhas. Principalmente os depoimentos do advogado Rogério Buratti. Ele manteve ligações estreitas com o PT, mas decidiu contar o que sabia para melhorar sua situação na Justiça. Por que, então, a solidariedade a Palocci? Aparentemente, só há uma explicação. Palocci sabia demais. Impossível Lula simplesmente demiti-lo e mandá-lo de Brasília de volta a Ribeirão. Palocci era uma pedra no sapato do presidente.

Ao admitir a hipótese de impeachment de Lula, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, falou da proximidade do presidente com Luiz Gushiken, outro integrante do “núcleo duro” do Planalto. Busato tratou do caso Visanet, ou seja, do dinheiro da publicidade do Banco do Brasil que, de acordo com as investigações da CPI dos Correios, acabou desviado para o PT:

– A revelação de repasses de verba de publicidade da Visanet, ligada ao Banco do Brasil, a agências de Marcos Valério, e de distribuição a parlamentares sempre em épocas apropriadas ao governo, atingiu mortalmente o coração de Gushiken. E, ao atingir Gushiken, atinge Lula, na medida que o presidente não tomou nenhuma atitude para afastá-lo do governo. É prova inconteste de que Lula sabia exatamente de todo o esquema e estava de acordo com a sua existência.

Busato não tem dúvidas:

– A participação de Lula é absolutamente baseada pela proximidade de quem sempre foi confidente e grande amigo de Gushiken. O ex-ministro realmente comandava toda a área de comunicação do governo federal, onde havia um desvio de dinheiro público para atividades partidárias e delituosas no sentido de corromper o Congresso Nacional.

Entrevista de Lula ao ratinho

Mais uma história apimentada misturando Lula e caixa 2. Foi publicada em 4 de agosto de 2005, pelo jornal O Estado de S. Paulo. Diz respeito a uma entrevista do presidente ao Programa do Ratinho, do SBT, em 2004. A aparição de Lula na televisão teria sido comprada com R$ 2,1 milhões do valerioduto. O dinheiro viabilizou um acerto entre o deputado José Borba (PMDB-PR), aliado do governo, e o apresentador de televisão Carlos Roberto Massa, o Ratinho. As partes negaram. Dias depois Borba renunciou ao mandato.

Um caso intrigante, o da exoneração de Márcio Araújo de Lacerda, secretário-executivo do ministro Ciro Gomes. Lacerda estava na lista de sacadores de Valério, agraciado com R$ 457 mil. O dinheiro foi usado para pagar os serviços publicitários de uma agência que trabalhou na campanha de Lula, no segundo turno de 2002. A eleição de Lula, portanto, teve dinheiro de caixa 2. O caso repercutiu durante o depoimento do tesoureiro Delúbio Soares à CPI do Mensalão. Eis o diálogo travado entre Delúbio e o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS):

– O dinheiro foi enviado para Ciro Gomes?

– Sim.

– Pagou despesas de campanha de Ciro ou Lula?

– De Ciro.

– Mas Ciro disse que foi serviço prestado pelo marqueteiro dele no segundo turno à campanha de Lula.

– Não foi. O dinheiro pagou serviços prestados pelo (publicitário) Einhart à campanha de Ciro no segundo turno.

– Mas Ciro não foi candidato no segundo turno. Ele apoiou a candidatura Lula.

– O Einhart trabalhou com o Duda Mendonça. Eles filmaram o Ciro para o programa de Lula no segundo turno. O dinheiro pagou despesas que o Ciro teve no segundo turno.

– Então o dinheiro de Valério, de caixa 2, pagou despesas de campanha de Lula no segundo turno.

Delúbio silenciou.